A mitologia egípcia em 5 games

A mitologia egípcia é, sem dúvida, das mais ricas e fascinantes do mundo antigo. Assim sendo, não é novidade que seu panteão e suas lendas inspiraram artistas, escritores e cineastas ao longo dos séculos. Também não surpreende que a indústria de videogames tenha se rendido ao seu encanto e misticismo. Essa parece uma tendência das últimas décadas – há quem defenda um novo God of War no Egito antigo, por exemplo. Se você quer lutar ao lado de guerreiros egípcios, visitar tumbas antigas e encontrar os deuses, alguns games têm muito a ensinar sobre os mitos – e também sobre história. Vamos conhecê-los!

Assassins Creed Origins (2017)

Os games conseguem nos levar a diferentes universos, nos quais mergulhamos em aventuras épicas e exploramos outras culturas, ficcionais ou não. Decerto, este é o caso do Egito antigo, cujas representações hoje espetaculares devem-se muito ao avanço das tecnologias digitais e de computação gráfica. Nesse sentido, um dos melhores exemplos é Assassin’s Creed Origins, da franquia de grande sucesso da Ubisoft. Ambientado no Egito Ptolemaico, o game baseia-se em um mundo aberto que inclui áreas desérticas, oásis, cidades antigas, suntuosas pirâmides e o poderoso Rio Nilo.

Origins segue os passos do guerreiro Bayek, que enfrenta uma seita misteriosa e se envolve em eventos históricos, como a ascensão de Cleópatra. Ao longo da história, o jogador explora o vasto cenário e aprende mais sobre os costumes, valores e crenças da época. Também descobre a rica mitologia egípcia, que deu base à antiga religião daquele povo. Afinal, o game não apenas se refere a ela, bem como inclui Anúbis, Sobek e outros deuses, que desempenham papéis relevantes na trama. De tão realista em sua representação, Origins passou a ser utilizado por egiptólogos como ferramenta para o ensino de história.

Tomb Raider: The Last Revelation (1999)

A aventureira Lara Croft já visitou templos e tumbas do Egito antigo com o propósito de aprisionar o deus Set, que libertou acidentalmente. Isso acontece no quarto título da franquia Tomb Raider, do PlayStation. Nele, a personagem vai do Templo de Sekhmet em Karnak à grande pirâmide de Gizé; do Cairo à escavação arqueológica dos palácios de Cleópatra, em Alexandria. Os fãs talvez se lembrem que a heroína quase morreu nesse jogo, pois acreditava-se que ela se tornaria obsoleta – mas os desenvolvedores não demorariam a trazer a icônica personagem de volta.

Lara Croft And The Temple Of Osiris (2014)

Posteriormente, Lara Croft retornou ao Egito em uma experiência cooperativa para quatro jogadores. Dessa vez, uniu forças com o rival Carter Bell e os deuses egípcios Hórus e Ísis a fim de derrotar Set, mais uma vez. Os jogadores, enquanto exploram templos egípcios, devem solucionar quebra-cabeças, escapar de armadilhas mortais e vencer hordas de inimigos, vindos do submundo egípcio.

Age of Mythology (2002)

Não podemos esquecer de Age of Mythology, clássico de estratégia em tempo real da Microsoft Game Studios. Lançado em 2002 como spin-off de Age of Empires, muito de seus elementos e de sua jogabilidade deriva dessa franquia. Em contraste, AoM toma como base as mitologias grega, nórdica e egípcia, e não na história. Assim, leva o jogador a um tempo de heróis, deuses e monstros, dando a ele liberdade de intervir “divinamente” nas lutas. É, sobretudo, um jogo de construção de mundos, mas gira em torno da criação de exércitos e da invocação de seres e poderes lendários. Cada civilização tem suas próprias características. No caso da egípcia, há três deuses maiores: Rá, Isis e Set. Ao longo da partida, é possível escolher entre outros três deuses menores em cada era da civilização.

Sid Meier’s Civilization 5 (2010)

Falando em estratégia, não podemos esquecer de Civilization 5. Nele, o jogador controla um povo da pré-história até o futuro próximo, a fim de construir o mais poderoso império. Para isso, deve incitar a guerra, conduzir reuniões diplomáticas, descobrir novas tecnologias e enfrentar os grandes líderes da história. No caso da civilização egípcia, Ramsés se destaca como um dos célebres personagens. Além do faraó, que era o rei divino, diversos elementos da mitologia egípcia são mencionados. Penúltimo da franquia, as rodadas de Civ 5 são em turnos, em mapas geométricos aleatórios.

A mitologia egípcia se destaca

Acima, conhecemos 5 adaptações da mitologia egípcia, em games de gêneros distintos. Mas há muitos outros que exploram esse universo, ora como pano de fundo, ora como ambientação ou elemento central da trama. Alguns são mais fiéis, outros produzem distorções expressivas. O que se nota, no entanto, é que os desenvolvedores buscam recriar o Egito antigo de várias formas, permitindo que os jogadores mergulhem nos mitos e lendas dessa cultura tão rica e conheçam mais sobre ela.

Saiba mais sobre a mitologia egípcia aqui!

Referências

“12 Games To Play If You Love Egyptian Mythology, por Phoebe Hewitt” (TheGamer, 13/01/2022). Em: https://www.thegamer.com/egyptian-mythology-games/.

“Egyptologists Use Assassin’s Creed: Origins To Teach History”, por Jo Craig (TheGamer, 11/03/2021). Em: https://www.thegamer.com/egyptologists-assassins-creed-origins-teach-history/.

Como citar este artigo? (ABNT)

REIS FILHO, L. A mitologia egípcia em 5 games, Projeto Ítaca. Disponível em: https://projetoitaca.com.br/a-mitologia-egipcia-em-5-games/. Acesso em: 01/04/2024.

Lucio Reis Filho

Lucio Reis Filho

Lúcio Reis Filho é Ph.D. em Comunicação (Cinema e Audiovisual), escritor e cineasta especializado nas interseções entre Cinema, História e Literatura, com foco nos gêneros do horror e da ficção científica. Historiador com especialização em Estudos Clássicos pela Universidade de Brasília, em parceria com a Cátedra Unesco Archai (Unb/Unesco), é Coordenador do Projeto Ítaca. Seus interesses acadêmicos e de pesquisa são essencialmente interdisciplinares; abrangem Cinema, Artes Visuais, História, Literatura Comparada e Estudos da Mídia. Escreve periodicamente resenhas de livros, filmes e jogos para diversas publicações.
Lucio Reis Filho

Lucio Reis Filho

Lúcio Reis Filho é Ph.D. em Comunicação (Cinema e Audiovisual), escritor e cineasta especializado nas interseções entre Cinema, História e Literatura, com foco nos gêneros do horror e da ficção científica. Historiador com especialização em Estudos Clássicos pela Universidade de Brasília, em parceria com a Cátedra Unesco Archai (Unb/Unesco), é Coordenador do Projeto Ítaca. Seus interesses acadêmicos e de pesquisa são essencialmente interdisciplinares; abrangem Cinema, Artes Visuais, História, Literatura Comparada e Estudos da Mídia. Escreve periodicamente resenhas de livros, filmes e jogos para diversas publicações.

2 respostas

  1. Depois de ler esta excelente postagem, eu fiquei ainda mais ansioso para jogar e platinar AC Origins.

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