Medusa e o elmo de Gorgófone em AC Odyssey

Dos mitos e lendas gregos, um dos monstros mais populares é a Medusa. Desde Fúria de Titãs (1981) – filme que ganhou remake de 2010 –, ela apareceu em games como Wrath of the Gods (1994), na trilogia original de God of War (2005-2010), na série Final Fantasy, em Age of Mythology (2002) e em Assassin’s Creed Odyssey. Abaixo, vamos conhecer a tragédia de Medusa, bem como sua relação com o elmo de gorgófone, outra referência à mitologia no novo game da franquia Assassin’s Creed.

Medusa e as górgonas na mitologia

Na mitologia grega, as Górgonas eram três irmãs, Esteno, Euríale e Medusa. Filhas das divindades marítimas Fórcis e Ceto, esses monstros tinham não só cabelos de serpente, mas grandes presas, semelhantes às dos javalis, mãos de bronze e asas de ouro, que lhes permitiam voar. Seus olhos eram cintilantes e transformavam em pedra quem os encarasse diretamente. As Górgonas eram objeto de horror e de medo para todos, mortais e imortais.

Em geral, o nome “Górgona” tem mais relação com a Medusa, a Górgona por excelência. A lenda evoluiu desde as suas origens até o período helenístico (323 a.C. a 146 a.C.). A princípio, a Medusa era um monstro e uma das divindades primordiais da geração pré-olímpica. Posteriormente, ela se tornou vítima de metamorfose, ou seja, transformada em monstro por ousar competir em beleza com a deusa Atena. Por fim, ela morreu pelas mãos do herói Perseu, que lhe cortou a cabeça.

Medusa em AC Odyssey

Nos mitos, Medusa era a principal das górgonas. Já em AC Odyssey, é uma encarnação do “Terror Serpeante” (Writhing Dread). O monstro habita um templo na ilha Lesbos, em uma vasta extensão de terra morta cercada de mercenários que transformou em pedra, pois este é o fim das suas vítimas.

Medusa também foi vítima na trama de AC Odyssey, embora sua “maldição”, nesse contexto, tenha mais relação com a mitologia fantástica de Assassin’s Creed. No game, Medusa antes era humana, mas se transformou através de um projeto de hibridação de seres, conhecido como Projeto Olympos. Referência ao monstro é o escudo lendário “Olhar de Medusa” (Medusa’s Gaze), pois ele traz sua face grotesca em bronze, em relevo. Em seguida, veremos a relação de Medusa com outro item raro, o elmo de Gorgófone.

O elmo de Gorgófone

AC Odyssey contra uma outra lenda, que tem relação semântica com a palavra Górgona e, portanto, com a própria Medusa. Em missão secundária com o propósito de encontrar o elmo de Gorgófone, Kassandra penetra nas catacumbas dentro de um vulcão. Conforme vasculha o local em busca do item, a heroína narra a história de Gorgófone, que descreve como “mulher extraordinária, fruto da união de Andrômeda, orgulhosa filha dos reis da Etiópia, e Perseu, o ‘Matador de Górgona’”. Este, aliás, é o significado da palavra Gorgófone. A personagem prossegue com a narração:

Há muito tempo é tradição que as mulheres se casem apenas uma vez, virgens. Se o marido morrer antes dela, elas devem viver como viúvas. Gorgófone desafiou essa tradição (…). O primeiro marido de Gorgófone era Perieres, rei de Messênia e Esparta. Seus filhos cresceram para se tornarem corajosos príncipes e reis de Esparta. Mas Gorgófone teve um segundo marido, o rei Ébalo de Esparta, que lhe daria filhos e netos ainda mais importantes. Helena de Tróia, Castor e Polidectes, Clitemnestra e muitos outros eram seus descendentes”.

Gorgófone é importante na mitologia de Esparta, pois foi a primeira mulher grega a se casar novamente depois de ficar viúva. (Até então, isso era proibido). Ela se casou com Perieres, com quem teve dois filhos, Afareu e Leucipo. Seus dois outros filhos, Icário e Tindareu, foram atribuídos ora a Perieres, ora a Ébalo, com quem teria se casado após a morte do primeiro.

Referências

Dicionário de mitologia grega e romana (2011), de Pierre Grimal.

Como citar este artigo? (ABNT)

REIS FILHO, L. (ed.)Medusa e o elmo de Gorgófone em AC Odyssey, Projeto Ítaca. Disponível em: https://projetoitaca.com.br/medusa-e-o-elmo-de-gorgofone/. Acesso em: 18/04/2025.

André Gregatti

André Gregatti

André é um entusiasta de Games e Ficção Científica desde muito cedo. Ele conquistou seu diploma de graduação em História na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e aprofundou-se no universo dos jogos como especialista em Game Design pela Michigan State University (MSU). Impulsionado por sua paixão pelos jogos, André canaliza seu conhecimento no blog Arte do Game, onde desvenda os aspectos fundamentais do design em jogos notáveis. No trabalho de conclusão de sua graduação, André explorou as representações do tempo em Doctor Who, uma série pela qual nutre uma devoção duradoura. Esse estudo demonstra sua habilidade em mesclar seu amor pela história com sua paixão por Ficção Científica, agregando uma perspectiva única ao seu percurso acadêmico.
André Gregatti

André Gregatti

André é um entusiasta de Games e Ficção Científica desde muito cedo. Ele conquistou seu diploma de graduação em História na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e aprofundou-se no universo dos jogos como especialista em Game Design pela Michigan State University (MSU). Impulsionado por sua paixão pelos jogos, André canaliza seu conhecimento no blog Arte do Game, onde desvenda os aspectos fundamentais do design em jogos notáveis. No trabalho de conclusão de sua graduação, André explorou as representações do tempo em Doctor Who, uma série pela qual nutre uma devoção duradoura. Esse estudo demonstra sua habilidade em mesclar seu amor pela história com sua paixão por Ficção Científica, agregando uma perspectiva única ao seu percurso acadêmico.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *