Tudo sobre o Projeto Olympos: AC Odyssey

Como vimos no texto “entre o mito e a história“, há um subtexto de ficção científica por trás da trama épica de Assassin’s Creed Odyssey. É dela que surgem os monstros da mitologia grega. Inegavelmente populares, esses monstros marcam presença constante em filmes, séries, quadrinhos e games, inclusive no mais novo título da franquia Assassin’s Creed. Mas eles surgem de forma bem original em AC Odyssey: são híbridos criados por engenharia genética. Para entender, vamos saber tudo sobre o Projeto Olympos.

Imagem capturada do jogo. Laboratório secreto subterrâneo. Um longo corredor com criaturas geneticamente modificadas dentro de tanques cilíndricos. A primeira delas, visível na imagem, é a Esfinge, dormindo em suspensão.
Laboratório secreto em Atlântida. Tradução da legenda: “Estive à sua espera, Kassandra. Seja bem-vinda ao local de nascimento das lendas”. Fonte: Google Imagens.

Os monstros lendários vivem em áreas secretas. A princípio, não sabemos muito sobre eles. Se não conhecemos bem a mitologia grega, restam só as histórias contadas por outros personagens. Mas, ao longo do game, vamos descobrir que esses monstros estão muito além dos mitos. São guardiões de artefatos antigos. Peças-chave no contexto da narrativa, os artefatos abrem o portal para um mundo alternativo: a cidade perdida de Atlântida. O jogador ganha tais itens depois de vencer os monstros. Quando morrem, no entanto, eles somem e corpos humanos surgem em seu lugar.

O segredo está em Atlântida

É na DLC “O Destino de Atlântida” que vamos descobrir tudo sobre esses monstros. Na mitologia do próprio game, que ressignifica as lendas gregas, eles são filhos do Projeto Olympos (Olympos Project). Isto é, um experimento científico dos Isu (raça anterior à humanidade) com o propósito de criar monstros híbridos e controlar o mundo. Para isso, os Isu Juno e Aita raptam pessoas, que servem de cobaias, e usam os artefatos de Atlântida. Os artefatos são relíquias feitas para levar adiante o Projeto Olympos. Além de criar lendas, seu principal objetivo era fazer delas “armas vivas”. Afinal, aterrorizar os humanos era uma forma de controlá-los, à medida que as tensões entre os Isu e seus servos cresciam.

A Isu Aleteia gravou registros em áudio por meio de tecnologia avançada. Assim, ela deixou na cidade perdida da Atlântida tudo o que sabia sobre o Projeto Olympos. Posteriormente, no século V a.C, o filósofo Pitágoras (personagem histórico) e sua filha Kassandra (a personagem jogável) investigam as gravações. Aleteia também criou uma simulação para que a mercenária grega e pessoas do futuro, através das suas memórias genéticas, pudessem ver a gênese do Projeto Olympos.

Os resultados do Projeto Olympos

Descobrimos, então, que o Projeto Olympos teve grande sucesso. Ele levou à criação dos Ciclopes Estéropes, Brontes e Arges, da Medusa (o “Terror Serpeante”), do Minotauro e da Esfinge. Outra possível criação dos Isu seria o cão de três cabeças Cérbero, guardião do Mundo Inferior. Poderosos, os monstros híbridos viveram muito mais que seus próprios criadores e, por consequência, tornaram-se lendas na cultura grega.

Em AC Odyssey, portanto, os monstros lendários são produto da ciência, não do poder divino. Os próprios deuses não são de fato deuses, mas membros de uma raça antiga. As características mágicas e sobrenaturais desses personagens saem, pois eles se tornam obras de ficção científica. Uma ideia original que atualiza os mitos para o tempo presente. Hoje estão sempre em pauta questões como clonagem, criação de transgênicos, novos organismos e seres híbridos em laboratório. Sem contar as inúmeras teorias da conspiração que surgem diariamente.

Como citar este artigo? (ABNT)

REIS FILHO, L. Tudo sobre o Projeto Olympos: AC Odyssey, Projeto Ítaca. Disponível em: https://projetoitaca.com.br/tudo-sobre-o-projeto-olympos/. Acesso em: 21/11/2024.

Lucio Reis Filho

Lucio Reis Filho

Lúcio Reis Filho é Ph.D. em Comunicação (Cinema e Audiovisual), escritor e cineasta especializado nas interseções entre Cinema, História e Literatura, com foco nos gêneros do horror e da ficção científica. Historiador com especialização em Estudos Clássicos pela Universidade de Brasília, em parceria com a Cátedra Unesco Archai (Unb/Unesco), é Coordenador do Projeto Ítaca. Seus interesses acadêmicos e de pesquisa são essencialmente interdisciplinares; abrangem Cinema, Artes Visuais, História, Literatura Comparada e Estudos da Mídia. Escreve periodicamente resenhas de livros, filmes e jogos para diversas publicações.
Lucio Reis Filho

Lucio Reis Filho

Lúcio Reis Filho é Ph.D. em Comunicação (Cinema e Audiovisual), escritor e cineasta especializado nas interseções entre Cinema, História e Literatura, com foco nos gêneros do horror e da ficção científica. Historiador com especialização em Estudos Clássicos pela Universidade de Brasília, em parceria com a Cátedra Unesco Archai (Unb/Unesco), é Coordenador do Projeto Ítaca. Seus interesses acadêmicos e de pesquisa são essencialmente interdisciplinares; abrangem Cinema, Artes Visuais, História, Literatura Comparada e Estudos da Mídia. Escreve periodicamente resenhas de livros, filmes e jogos para diversas publicações.

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