O Funeral das Rosas: Édipo Rei em versão queer
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A mitologia grega é uma fonte inesgotável de inspiração para a cultura pop. Afinal, seus personagens fascinantes, aventuras heroicas e dilemas éticos universais são tão relevantes hoje quanto eram há milhares de anos. Da literatura à música, do cinema às séries de TV e aos games, a mitologia grega tem influenciado a criação de inúmeras obras de arte e entretenimento. Heróis como Hércules, Aquiles e Perseu, deuses como Zeus, Poseidon e Afrodite, monstros como a Hidra e a Medusa continuam a povoar nosso imaginário e a inspirar novas histórias. Não importa a mídia pela qual navegamos, a mitologia grega sempre ressurge e tem algo a oferecer. Vamos descobrir esse universo fabuloso de heróis, deuses e monstros!
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A palavra mitologia vem do grego mythos, que significa fábula ou expressão, e consiste nas tradições orais de um povo. Assim sendo, a mitologia grega é o conjunto de lendas que os antigos gregos contavam. Tem relação, portanto, com o folclore e a cultura material desse povo. O que diz a mitologia grega, nas suas histórias mundialmente conhecidas, refere-se às origens do mundo, às peripécias dos deuses, heróis e monstros, e ao significado do culto e dos rituais na Grécia Antiga.
Os mitos gregos surgiram primordialmente da tradição oral de poetas anônimos, que desde o século XII a.C. memorizavam longos versos e improvisavam novos enredos. Mais tarde, as lendas da guerra de Tróia e suas consequências ganharam vida com a Ilíada e a Odisseia, de Homero. O primeiro conta a história da guerra; o segundo, narra a viagem do herói Odisseu de volta ao seu reino, em Ítaca. Dois poemas de Hesíodo também se destacam. A Teogonia e Os Trabalhos e Dias, contêm relatos da criação do mundo, das dinastias dos deuses, das diferentes eras humanas, da origem dos males da humanidade e das práticas sacrificiais.
Além da bagagem literária, as imagens de deuses, heróis e eventos da mitologia grega aparecem também nas pinturas de vasos e outros artefatos. Desenhos geométricos em cerâmica, do século VIII a.C., retratam cenas do ciclo troiano, bem como as aventuras e os doze trabalhos de Hércules. Este, por sua vez, foi o mais célebre dos heróis da mitologia grega.
Quase contemporâneos, Homero e Hesíodo organizaram tudo sobre os deuses da mitologia grega e as crenças dos primeiros tempos. Os dois épicos de Homero, verdadeiros monumentos da literatura europeia, têm suas origens na tradição oral. Eles deram aos gregos uma história, um panteão (isto é, um conjunto de deuses) e as linhas mestras para a conduta e a vida em sociedade. A obra desse poeta lendário surgiu por volta de 800 a.C., com a ruína da antiga cultura micênica e as migrações.
A princípio, a morada dos deuses da mitologia grega não era nos céus, mas no coração da Terra. Entretanto, depois que Zeus e seus irmãos venceram a guerra contra os titãs, os gregos voltaram seus olhos para o céu, para adorar uma nova geração de deuses e deusas. O monte Olimpo tornou-se, então, o lar dos deuses gregos. Contudo, a ideia de uma montanha sagrada já existia muito antes disso, e está presente em outras culturas.
Os deuses gregos são Zeus, Hera, Poseidon, Atena, Ares, Deméter, Apolo, Ártemis, Hefesto, Afrodite, Hermes e Dionísio. Seus nomes podem variar, de acordo com as diferentes versões dos mitos (e há muitas versões), mas geralmente são esses os principais deuses do panteão grego.
À medida que os doze deuses do Olimpo foram aos poucos substituindo crenças mais antigas, Homero e Hesíodo deram a eles traços e feições distintas. No momento em que Homero escreveu seus poemas épicos, a Grécia era uma sociedade feudal e aristocrática. Tempos antes da democracia nascer na Atenas do século V a.C., os deuses se comportavam como chefes tribais movidos apenas pelos próprios desejos.
Apesar de seu poder, os deuses da mitologia grega tinham um status intermediário entre o espiritual e o real. Seus papéis eram sempre muito importantes, de tal forma que seus atributos refletem os vários aspectos do cotidiano grego. Além disso, os deuses gregos possuíam personalidade inegavelmente humanizada; eram caprichosos, vingativos e até mesmo cruéis. Por exemplo, Hera puniu Hércules por ter ciúmes do marido. A Medusa foi amaldiçoada por Atenas por sua vaidade. A viagem de volta a Ítaca levou cerca de dez anos devido aos obstáculos que Poseidon, o deus dos mares, pôs no caminho de Odisseu.
Os mitos gregos buscavam explicar aspectos da vida cotidiana. Assim como outros povos agrícolas antigos, os gregos eram bem enraizados à terra. Eles organizavam sua vida religiosa em torno da região, relacionando montes, rios e campos a diferentes divindades.
Vamos recordar a deusa Perséfone, por exemplo. De acordo com Joseph Campbell, “do ponto de vista do mundo de cima, Perséfone é a filha raptada, mas, abaixo da superfície, ela é a rainha do subterrâneo”. Filha da deusa da colheita Deméter, posteriormente aprisionada por Hades no Mundo Inferior, sua história era representação dos ciclos agrícolas. Zeus disse a Perséfone que a cada ano ela deveria passar seis meses na Terra dos Mortos, como esposa de Hades; durante os outros seis meses, na primavera e no verão, podia voltar ao mundo dos vivos.
Os mitos gregos e seus rituais eram, com frequência, segredos bem guardados. No fim do século V a.C., surgiram vários cultos misteriosos na Grécia. Diferente da adoração pública dos deuses, que foi bem documentada, esses cultos consistiam em doutrinas secretas, até hoje enigmáticas, mas que influenciaram as crenças da Roma Antiga. A mitologia romana era singular pela influência dos deuses e cultos gregos.
Por exemplo, até hoje não sabemos exatamente o que ocorria nos “mistérios” eleusinos (ou de Elêusis), o antigo culto grego da fertilidade. Homenagem a Deméter e Perséfone, ele prometia o paraíso aos mortos. Já o culto a Dionísio veio da Ásia, e a adoração do deus grego do vinho envolvia dança, bebida e êxtase. Dionísio governava a fertilidade, amava o vinho e tinha um comportamento turbulento.
As histórias dos deuses da mitologia grega deixaram um tesouro valiosíssimo: lendas e imagens que os artistas até hoje podem transformar e renovar, dando a eles novos sentidos. Os mitos gregos compõem a cultura clássica; eles tiveram vasta influência nas artes e na literatura, formando a herança cultural e as línguas ocidentais. Desde a Antiguidade até o presente, muitos se inspiraram na mitologia grega, mostrando assim o quão relevantes seus temas continuam sendo na contemporaneidade.
Através dos tempos, a mitologia grega tem sido referência fundamental para a cultura pop. A apropriação de seus elementos inclui deuses, semideuses, heróis, titãs, monstros e locais famosos. Pode variar de alusões pontuais ao uso extensivo de algum desses elementos em uma obra, seja no cinema, nos games, na música, na TV, na literatura ou nos quadrinhos. Muitos dos monstros da mitologia grega ressurgem de forma genérica, sem relação clara com as narrativas míticas, mas ainda assim com grande apelo popular. Algumas vezes, novos personagens surgem, como o Kratos da franquia God of War e Xena, a Princesa Guerreira, heroína da cultuada séria de TV. Saiba mais nos artigos desta categoria!
O livro da mitologia (2018), por Philip Wilkinson e outros.
Dicionário da mitologia grega e romana (2010), de Pierre Grimal.
O livro ilustrado dos mitos (1997), de Neil Philip.
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